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quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Das Super Strats, ao Vintage, ás Custom

Uma das coisas que adoro no meu trabalho é a oportunidade de ver e estudar (e arranjar) uma grande variedade de guitarras. Ao falar com os clientes, acabo por ter uma melhor compreensão de como variam e evoluem os gostos.

Yamaha Blues Saraceno, antes de um setup

As Super Strat dos anos  80, por exemplo, eram guitarras "flashy" e coloridas, com braços mais finos, escalas com pouca curvatura, e com os sigle coils substituidos por humbuckers com output elevado ou com sistemas activos. Tudo em nome do conforto e do som da época.





Les Paul de 59, onde se nota o desgaste nas arestas da e

Os tempos mudam e os gostos tambem, e a certa altura começou-se a notar que os guitarristas estavam a encaminhar-se mais para o inicio dos tempos da guitarra electrica, para os modelos mais icónicos. O que apenas uns anos anos antes era aborrecido e obsoleto, passou a ser o maior e melhor objectivo; a Les Paul de 59, e as primeiras Stratocasters e Telecasters.

Para além do surgir de um movimento retro na industria da musica, há algo na tocabilidade e som destes clássicos que as pessoas começaram a querer.

Actualmente tanto instrumentos vintage como Super Guitars da década de 80 são instrumentos muito procurados e apreciados, e nota-se que muitos construtores e marcas estão a focar-se em construir algo novo, baseando-se nas melhores qualidades de "mundos" diferentes dentro do universo da guitarra eléctrica, o que para mim é fascinante.

Por exemplo, James Tyler e John Suhr são dos construtores que tem investido em melhorar o design da Strat e da Tele com caracteristicas modernas e acabamentos diferentes.

A primeira vez que toquei com uma James Tyler notei que havia algo diferente no braço que a tornava incrivelmente confortável, para além da forma e tamanho do braço, algo acerca do modo como a mão consegue pressionar as cordas dava vontade de continuar a tocar durante horas.

James Tyler Mongoose com a escala muito arredondada


Ao fim de algum tempo percebi que as arestas da escala são arrendondadas, permitindo que os dedos possam atingir qualquer ponto da escala com muito mais conforto, tal como acontece com uma guitarra antiga que tenha sido muito tocada (e por isso apresente desgaste das arestas). É um pormenor incrivelmente simples e faz imensa diferença a tocar.




Suhr Standard - mais fina e com formas mais acentuadas

John Suhr, por outro lado, aterou a forma clássica da Strat com o objectivo de a tornar mais confortável, e usa esquemas de electrónica próprios que modulam o som dos pickups e a interacção dos potenciómetros.

Aliás, temos hoje em dia uma mentalidade diferente no que diz respeito ao som, com uma enorme variedade de pickups entre os quais escolher, em vez  de nor focarmos só no output desejado; podemos ter por exemplo um humbucker que soe como um single coil vintage, mas sem os ruidos caracteristicos.

Saber que aspectos nos agradam am várias guitarras, e como essas caracteristicas vão interagir entre sí é uma mais-valia no encomendar de uma guitarra custom ou um trabalho de modificação, mas vou deixar esse assunto para outro post.

Fotografias:
Musicradar.com
Rocketmusic.net
Burstserial.com

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Samick Electro-Acústica

Como muitos guitarristas dão as primeiras notas numa acústica, achei que seria o primeiro trabalho a postar no blog.

Neste caso uma Samick electro-acustica já com alguns anos em cima.

 O braço precisava de ajuste, os carrilhões não estavam no melhor estado, uns demasiado soltos, outros demasiados presos, trastos sujos e com sinais de uso, madeira da escala seca e suja e uma acção desconfortável.

Felizmente o truss rod da Samick funcionava perfeitamente e o braço recuperou e estabilizou depressa.
Os carrilhões precisavam de uma pequena reparação e limpeza, mas no fim do setup todos eles funcionavam de forma suave, sem opôr resistência e  a segurar a afinação.


Para dar uma melhor ideia da altura da acção da guitarra antes e depois do setup, usei duas moedas de euro que servem apenas como referência.

Ao reduzirmos a distância das cordas ao trasto, uma guitarra torna-se mais confortável de tocar, é mais facil fazer com que as notas soem limpas, exercemos menos força na mão que prime as cordas, bends tornam-se mais faceis de executar e estamos a reduzir a tensão nas cordas, o que é melhor para o braço e para o tampo do instrumento (no caso de instrumentos acusticos). 

Não existem medidas certas para a acção, passa tudo por uma questão de gosto e do som que procuramos.



Os trastos foram limpos e polidos; gosto de deixar os trastos o mais suaves possível. O objectivo é não se sentir qualquer fricção da corda no metal ao fazer um bend ou um slide.

A escala for limpa e hidratada, acabando por mostrar uma madeira com tom e grão muito bonitos.





 A electrónica desta guitarra surpreendeu-me bastante. É um sistema passivo da Shadow com um elemento piezo por corda, um potenciómetro de volume e outro de tone, que nesta guitarra resultam num som amplificado bastante natural e cheio. Tudo simples e muito eficaz.

Achei o controlo de tone especialmente útil para cortar as frequências agudas mais agressivas. Esta foto mostra o pickup, assim com o desgaste das cordas nas selas (antes do setup).
                                                                                  

Jay Guitar Blogging


Este é o blog da Jay Guitar Meddling, uma oficina de reparação e modificação de cordofones.
O  meu objectivo é partilhar trabalhos, histórias e curiosidades sobre os instrumentos que cá passam.