Os trastos de um instrumento acabam por sofrer desgaste ao longo do tempo - quanto tempo irão durar vai depender do material de que são feitos, do modo de tocar do dono do instrumento, da força com que se pressionam as cordas, e claro, de quantas horas se passa a tocar.
Trastos demasiado desgastados podem causar "buzz" e ruidos parasita, fazer as notas e acordes perderem definição, e até causar problemas de afinação.
Se os trastos forem altos o suficiente e o desgaste nao for extremo, é possivel apenas nivelá-los (fret leveling), lixando os mais desgastados até remover as marcas das cordas, e os menos afectados até estarem todos á mesma altura.
Se for possivel fazer apenas um leveling, ou se apesar do desgaste o som ou tocabilidade do instrumento nao forem afectados, é sempre de evitar o refret, pois este não é um processo fácil e sem consequências.
É um trabalho invasivo, com que nem todas as madeiras lidam bem. Os trastos não foram feitos para voltarem a sair, e se não forem retirados com muito cuidado (e alguma experiência), a escala pode sofrer falhas, e a ranhura do trasto pode ficar larga demais para acondicionar o trasto novo em condições.
No entanto, a partir de um certo nível de desgaste, e especialmente em trastos mais baixos (estilo vintage), a melhor opção é partir para o refret.
Após a decisão de fazer refret, é necessário falar também com o cliente sobre que trastos colocar agora na guitarra ou baixo. Existem opções diferentes em termos de material, forma e tamanho. Estes factores podem alterar imenso o instrumento, por isso é sempre crucial entender o que o cliente pretende e o que vai beneficiar o instrumento. Em caso de duvida gostamos de ter várias guitarras com trastos diferentes pela oficina, para o cliente poder testar.
Para além da questão óbiva da durabilidade (trastos maiores irão em principio durar mais tempo), a escolha do tamanho é acima de tudo uma questão de gosto pessoal em termos de conforto.
Em termos de diferença de materiais, a Jim Dunlop faz os Accu Frets de uma liga de níquel e cobre (prata germânica) que considero uma boa opção, por terem uma boa durabilidade, e dão á guitarra um ataque forte e definido.
A Jescar usa vários materiais nos trastos que fabricam, desde a prata germânica, a aço inoxidável, a uma liga a que chamam Evo Gold. Estes são feitos sem niquel (a pensar nos alérgicos) e são bastante duráveis, mas infelizmente não tem tantas opções de tamanho como os da Jim Dunlop.
Trastos feitos de aço inoxidável começam a ser muito usados, especialmente por construtores custom. é um material muito denso e resistente, por isso nao são faceis de trabalhar, nem permitem a utilização de ferramentas de refret normais. Têm no entanto um ataque brilhante e definido, com algum trabalho extra são uma boa opão para um refret durável e trastos macios e brilhantes.
Estes são os materiais com que costumamos trabalhar, existem claro outras opções, como os trastos com ligas de zinco ou cobre, mas estes são os materiais que normalmente se encontram nos instrumentos de gama baixa, e além de serem materiais pouco restistentes conferem á guitarra um som com menos definição.
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